"Ainda que a percepção sensível seja inata em todos os animais, em alguns deles produz-se uma persistência da impressão sensível que não se produz noutros. (
) Os animais em que se produz esta persistência retêm ainda depois da sensação a impressão sensível na alma. E quando uma tal persistência se repete um grande número de vezes, (
) a partir da persistência de tais impressões, forma-se a noção universal. (
) É assim que da sensação vem aquilo a que chamamos lembrança, e da lembrança várias vezes repetida de uma mesma coisa vem a experiência, porque uma multiplicidade numérica de lembranças constitui uma única experiência. E é da experiência (
) que vem o princípio da arte e da ciência."
[ Aristóteles, "Segundos Analíticos", II, 19, 99b, 15 e seguintes]
"Os animais são por natureza dotados de sensação, mas nalguns deles esta não chega a transformar-se em memória, enquanto noutros isso acontece. (
)
É da memória que provém para os homens a experiência : com efeito, uma multiplicidade de recordações da mesma coisa chega a constituir finalmente uma única experiência; e a experiência parece ser mais ou menos da mesma natureza que a ciência e a arte. (
) A arte surge quando, a partir de uma multidão de noções experimentais, se extrai um único juízo universal aplicável a todos os casos semelhantes."
[Aristóteles, "Metafísica", A 1, 980a21 a 981b12]
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